Não quero que entendas que finalmente estou convencido a seguir o ministério. A verdade é que este sentimento pouco a pouco tem ganhado terreno em mim. Que bom que não prossegui com [os estudos de] Química! Por outro lado, temo a mim mesmo – sou tão vaidoso, tão orgulhoso... Não tenho orado muito a respeito disso, pois parece tão distante de mim, como se ainda não tivesse chegado o momento de pensar nessas coisas... Amo mais a minha Bíblia – e nela estou sempre descobrindo coisas novas. Toda a minha educação da juventude me parece inútil. Tenho de aprender tudo de novo a partir da Bíblia... Se o evangelho de Jesus não é verdadeiro, posso apenas orar para que meu criador me aniquile, pois não há mais nada por que valha a pena viver; e, se é verdadeiro, tudo no universo é glorioso, exceto o pecado... Uma das minhas maiores dificuldades de consentir em pensar na vida religiosa é que eu julgava que teria de abandonar meus belos pensamentos e meu amor pelas coisas que Deus criou. Mas descobri que a felicidade que brota de todas as coisas não pecaminosas em si mesmas é aumentada pela religião. Deus é Deus da beleza; religião, o amor à beleza; e o céu, o lar da beleza. A natureza é dez vezes mais brilhante sob o Sol da justiça, e meu amor pela natureza é mais intenso desde que me tornei cristão – se é que de fato sou um. Deus não me deu estes pensamentos para em seguida proibir-me de desfrutar deles.
George Macdonald, em carta endereçada a seu pai, sem data. In: Greville Macdonald, George Macdonald and His Wife. Whitehorn, Califórnia, Johannesen, 2005, p. 108.
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